Em artigo publicado nesta terça-feira (5), o presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão, desembargador Lourival Serejo, presta homenagem à Associação dos Magistrados do Maranhão (AMMA) pelos seus 50 anos, comemorados no último sábado.
O magistrado faz um resgate histórico da atuação da entidade, desde a sua fundação, em 2 de janeiro de 1971, abordando sua evolução, desde o foco em atividades apenas recreativas aos finais de semana, até os tempos atuais, quando a AMMA passou a desempenhar papel preponderante no equilíbrio emocional dos magistrados ao prestar-lhes toda a assistência possível.
Abaixo, segue o artigo de Lourival Serejo, na íntegra:
AMMA 50 ANOS
Lourival Serejo
Quando ingressei no quadro da Associação dos Magistrados do Maranhão – AMMA ela era ainda pré-adolescente, tinha dez anos de idade. Era tímida, introvertida, só pensava em recreio. Seu maior orgulho era a recente inauguração da sede no Olho D´Água.
Ali, aos domingos, alguns magistrados compareciam para usufruírem do cardápio de dona Joana. Geralmente, uns três desembargadores se faziam presentes. Os poucos juízes que frequentavam ficavam de longe, só olhando os deuses olímpicos se refestelarem de torta de camarão e caranguejo.
Depois, começou o período das festividades, comemorado como uma evolução da administração da época. As festas de São João e do réveillon eram as mais concorridas. Esta última era o marco mais forte, sendo os apartamentos disponíveis reservados com seis meses de antecedência.
Na gestão da Dra. Sônia Amaral iniciou-se o processo de modernização da AMMA, minimizando o calendário recreativo, que parecia ser a única preocupação, até então, de toda administração. Assinalou-se o fim de uma era e o começo da afirmação política e administrativa da AMMA.
Outro ponto importante que merece ser assinalado na evolução desses 50 anos foi o corte umbilical da AMMA com o Tribunal de Justiça. Antes, direção era exclusividade de um desembargador. Os juízes apenas votavam e não podiam reclamar nada porque o presidente estava na cúpula do poder e o que fazia estava necessariamente certo.
Ao afirmar o entendimento de que só juízes deveriam concorrer à direção da Associação, consolidou-se o momento político mais forte da sua história.
A modernização da Justiça maranhense, ao decidir fazer seu primeiro concurso para ingresso de servidores, contou com o apoio decisivo da atuação do juiz Ronaldo Maciel, então presidente da AMMA. Com a resistência interna que havia, não sei se aquele concurso teria acontecido sem a sua atuação.
Hoje, aos 50 anos de existência, a nossa Associação conta com uma das melhores sedes do Brasil, tendo um papel preponderante no equilíbrio emocional dos magistrados ao prestar-lhes toda a assistência possível.
Todos nós, associados da AMMA, temos motivos para compartilharmos da significação histórica desse aniversário, desse meio século de funcionamento.
Parabéns para todos nós.